quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Se me mudam....

Sempre soube o que queria e afiançou-se que depois de uma série de episódios tramados não ia esfolar os joelhos por dá-cá-aquela-palha.
No tempo que falta ao tempo que sobra desvendou satisfação nas pequenas coisas encetadas, concluídas e valorizadas a sós, por isso mesmo ou só porque sim, numa capacidade fortuita e quase acidental de se abjurar a si própria do que sofre, faz sofrer e é sofredor.

Dito e redito vezes sem conta, não deseja retiros ou isolamentos forçados, não se proibiu amar, mas vedou sentimentos.
Nascida sem resguardo, protecção ou defesa aditada, aderiu ao trapézio com rede, menos holywoodesco, mas mais amparado, refúgio protector de existência bem mais arrimado que permite viver, e não sobreviver, com travão, marcha à ré ou airbags.

Parece gostar do que sente agora: sensação de paixão purificadora descoberta numa catarse bilateral, impressa e refundida em afagos, desvelos e cuidados.
Não lhe parece, ainda, inferior a vida sem amor, agora. Não sabe como se lhe apresentará a questão em dias, semanas ou meses.

Perdeu pequenas/grandes coisas.
Disso está certa, como genuína será a proeza de ter conseguido beneficiar de outras tantas.
Aprenderá, um dia, se, surpreendentemente, a ensinarem a arriscar num limbo noctâmbulo sem pavor de um fimbriado e agitador estalar de dedos.