segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Homenagem

Tenho a certeza que faz mais de um ano que a Rita pensou em matar-se.
Tenho a certeza que faz hoje um ano que ela, efectivamente, conseguiu fazê-lo.
Tenho muita pena de não poder estar hoje (de corpo presente) em Lisboa e participar na homenagem (da família) àquilo que ela foi em vida.

Rita, tens dois filhos fantásticos que sentem muitíssimo a tua falta.
Dos restantes familiares mais próximos escuso-me a falar – as palavras nunca seriam suficientes para descreverem a dor que sentem (o teu pai, a tua mãe e a tua irmã).

Espero que tenhas encontrado a paz para o teu desassossego.

Todos aprendemos contigo.

Blogs

Isto de ter um blog é giro... é a oportunidade de dar vida àquele "escritor" que temos dentro de nós. É o meio para divulgar ideias, gostos, paixões, vivências... é o local onde se "despejam" pensamentos... onde a escrita se vai aperfeiçoando... e onde, muitas vezes, se escreve entre-linhas!!!
No fundo, um blog é um local de partilha ... basta que haja quem queira perceber isto!!

Depois há... "O que um blog nunca deve ser"... Simples!! Um campo de 'batalhas' ou 'tanque para lavagem de roupa suja'... onde é fácil 'atirar pedras' e depois olhar para o lado e assobiar!!! Educação, Civismo (talvez, falta deles) ... chamem-lhe o que quiserem!!!

Texto Assinado por: O Provedor e "textoplasta" do 41nica.blogspot.com (devidamente autorizado pela 'dona' deste espaço).

sábado, 27 de outubro de 2007

Achtung!


Aprendi uma coisa nova hoje.
Tenham cuidado comigo.

Em conversa com um Sr. (sem nome) fiquei a saber que, afinal, não sou quem pensei que era.
Descobri que tenho um alter ego que sofre de 'mau caractismo', que sou uma pessoa desprezível, 'muito dada', 'sem nível'; tenho problemas gravíssimos de auto-estima; sou 'pobre de espírito', uma 'fulana sem pinta', rídicula, 'má-língua' e que 'destilo veneno' por onde quer que passo!!

Este mundo é bom porque nos reserva belas surpresas e nos presenteia com gente tão atenta e generosa (como este Sr.) que nos abre os olhos para o nosso próprio eu e nos faz descobrir coisas sensacionais.
Dizem que podemos viver uma vida inteira ao lado de uma pessoa sem nunca a conhecermos verdadeiramente...pois bem, aprendi hoje que vivo comigo há 30 anos e nunca me tinha dado conta daquilo que sou. Diz-me com quem andas, dir-te-ei quem és....e não é que esta verdade é válida para nós mesmos!!!!??? Nunca pensei que tivesse andado tão mal-acompanhada comigo mesma, estes anos todos!!!!

Vocês, que me consideram amiga, devem pensar bem se, afinal de contas, eu e os meus graves defeitos seremos dignos de vos acompanharmos, como até aqui tem vindo a acontecer. Peço-vos desculpa, mas não foi propositado...era puro desconhecimento de causa!!! E logo eu, que nunca me achei uma pessoa distraída...no melhor trapo cai a nódoa.

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

A nú

Pela primeira vez publico um texto sem alinhavos ou rascunho - se esta merda de blog não serve para 'dizer' tudo o que me apetece....então para que serve?

O que escrevo, agora, sai em catadupa, turbilhão, sem travão nem marcha à ré (nota-se, já comecei a praguejar).

O meu momento é de casulo, de introspecção, de auto-análise, de clausura 'no mosteiro' (tens razão, Daniel!).

Perdoem-me os mails e as mensagens não respondidas, as chamadas não atendidas e não devolvidas, propositadamente, ignoradas ou rejeitadas, os convites recusados, os programas adiados, os comentários, excusadamente, não agradecidos; a falta de motivação e interesse, a incapacidade momentânea intercalada com alguma vontade intermitente de mudar o estado de coisas, a fase 'patinho feio', o 'medo' da vossa pergunta 'estás bem?' e o pavor da resposta que tenho para oferecer (porque me obriga a pensar no que quero olvidar - aguardo uma suficiente dose de amnésia que tarda em chegar).

Bárbara, Daniel, Rui, Pedro, Eduardo, Manuel, Ana, Elisa, Marta, Elisabete...
DESCULPEM!
A fase tem sido mesmo de merda.

Esta foi a forma mais pública, mas fácil e sincera de Vos pedir perdão (sem ter que a repetir, dolorosamente, a cada um de vós). Através dela expio, também, as minhas culpas, sem nunca esquecer de vos estar grata. A (vossa) insistência tem sido uma grande prova de amizade.

Não é de propósito....
É o que tem sido possível.
Amo-vos.
Obrigada.

Trabalho para quem merece

Fazem parte do rol dos sítios estranhos os espaços onde a nossa geração trabalha: atrás de ilhas de secretárias separadas por biombos com a responsabilidade de absorverem o som a fim de não incomodar o ‘vizinho’ do lado.

Trabalhamos encobertos e protegidos por portas corta-fogo e paredes blindadas, controlados por um cartão de ponto que regista e inventaria as entradas e as saídas, vigiados por circuitos fechados de vídeo vigilância.
Não vemos o sol, não respiramos ar puro, não temos um bar com um sorriso simpático do outro lado para nos servir o café, - foi, modernamente, substituído por uma máquina que serve péssima cafeína, com sabor a lixívia, a troco de uns caríssimos 0.15 cêntimos, tendo em conta a qualidade da beberagem.

Intervalos e pausas, tempo de Internet e tempo ao telefone – tudo cronometrado e controlado ao segundo. Sistemas informáticos vasculhados a pente fino em busca de um qualquer motivo para uma caça às bruxas, onde tudo o que é suposto ser privado passa a público num estalar de dedos.

‘Grande empresa’ não é sinónimo de ‘grande emprego’ ou ordenado compatível na grandiosidade. A vontade de trabalhar nem sempre é premiada com uma boa oferta ou oportunidade. Muitas vezes, sentimos que não somos reconhecidos ou ‘vistos’, apesar de nos sentirmos observados, por cima do ombro, a cada passo dado.
Vamos pensar que esta vigília ou este controlo é absolutamente necessário da parte de quem (às vezes, sem sabermos ou conseguirmos entender como) assume o comando. Sem esta crença, passaríamos de descontentes a revoltados. Façamos ‘apneia profissional’ e aguardemos (parece-me uma péssima ideia – porque, normalmente, as coisas não mudam tanto) ou ‘saltemos fora’ em busca de algo que nos preencha e compense da forma que merecemos.

Só o 'peixe' morto é que vai com a 'corrente'.

Inacabadas...

Se arrependimento matasse...

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Aos pessimistas...

"Só existem dois dias do ano em que não podemos fazer nada. O ontem e o amanhã."
(Mahatma Ghandi)

Pensamento

Os ciumentos olham sempre para tudo com óculos de aumento, os quais engrandecem as coisas pequenas, agigantam os anões e fazem com que as suspeitas pareçam verdades. (Cervantes)

Para descomprimir...

O marido chega a casa do trabalho. Senta-se à mesa. Diz-lhe a mulher:
- Sirvo-te?
O marido responde:
- Às vezes. :)

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Modernices

Não é novidade para nós que os nossos pais são um (bocadinho) avessos às novas tecnologias. Têm ‘medo’ de tudo que tenha mais do que um botão, menu ou função. O comando de T.V. é o ex libris da tecnologia de ponta do seu mundo. Quando este desaparece, ‘engolido’ pelo sofá, ficam mais longe do mais próximo que já estiveram da high-tech.

Ralhar ou repreender? Não adianta!! Não são muito adeptos do nosso autodidactismo no que concerne a estas ‘modernices’.

(Tentativa de) uma boa dica…
Lição nº 1 (função do play):

PPressionar;
LLigar;
AAccionar;
Y Yrra!!!! Que ‘tá difícil!!! (Desisto…)

E depois de mais uma tentativa frustrada de rabiscar, num papel, os diferentes passos para conseguir fazer com que visionar um filme (na ‘porra’ do leitor de DVD) seja possível e mais fácil do que escalar o kilimanjaro… vem sempre aquela ‘facada’ final – ‘Deixa lá, quando precisar de ligar isto, eu peço-te’.

Ghrrrrrrr…..digam-me??....isto não vos deixa loucos???
Desisto mesmo … (outra vez). Chiça!!!

Inacabadas

Para pessoas como tu só há uma palavra a dizer....

terça-feira, 23 de outubro de 2007

Olá dona....estou aqui!


Estou em dívida.
Quase um mês de aniversário para este blog e nem um único texto acerca de uma das coisas mais esplêndidas que o mundo nos deu….o abençoado Cão! ‘Shame on me!’, por ainda não ter feito uma Ode ao cão, por mais breve que fosse.

Este registo só será, verdadeiramente, entendido e apreciado por todos aqueles que adoram estes bichos e, claro está, isto só será possível para quem tem (ou teve) um ou mais exemplares lá por casa.

Como se explica a companhia indispensável, a devoção cega, o amor genuíno, a ligação pura, a compreensão desmedida entre um verdadeiro dono e o seu cão? Reparem que o adjectivo ‘verdadeiro’ fica aqui ‘agarrado’ ao homem e não ao bicho. Pensem bem….não poderia ser de outra forma - o cão é sempre fiel, devoto, presente, amigo, ‘compincha’, parceiro no bom e no mau, na saúde e na doença, na alegria e na tristeza, na vida e na morte, no perigo e no divertimento, no defeito e na deficiência, na diferença e na semelhança, no bom e no péssimo. Para este bicho não há balança para pesar, nem fita para medir….está lá, ao nosso lado, independentemente da circunstância.

Ao contrário do homem, um cão não disfarça sentimentos, hipocrisias, maldades premeditadas; não sabe mentir; não abandona, mas é abandonado; dá sem receber em troca; obedece (mesmo quando não deve); acata ordens; cumpre obrigações; não contesta decisões, mandos ou desmandos. Assina um contrato com o dono, ainda que não saiba ler ou escrever, e cumpre, escrupulosamente, o pacto, até ao final. Mais felizes seriam todos os canídeos e todos os amantes da espécie se os donos cumprissem a sua parte do acordo.

Não se adquire um cão para maltratar, para mostrar aos amigos, para amedrontar o ladrão (quando se faz a ocasião), para abandonar naquelas tão desejadas e (mal) planeadas férias ou para tirar execráveis dividendos em lutas apostadas até ao limite do bicho, para gáudio de uma plateia paupérrima em valores, rica em ganâncias, multimilionária em falta de princípios e respeito pela vida.
Um cão é fiel, acompanha-nos sem nos questionar, abana o rabo para exprimir felicidade quando nos vê ou pressente, conhece os nossos hábitos, adapta-se à vida que lhe impomos, humaniza-se, é cúmplice nas brincadeiras, retribui em dobro, mesmo quando doente ou agonizante; não fala, mas sente; não pede, mas deseja; não ri, mas fica feliz; conhece, reconhece e agradece em gestos e actos o que lhe fazemos de bom. O que pede em troca? O nosso carinho e os tão euforicamente desejados passeios ao final da tarde. Muito pouco para tantas ofertas.
Considero, sinceramente, que seríamos muito melhores seres humanos se lhes ‘lêssemos as entrelinhas’ e os imitássemos na maioria das suas atitudes, brincadeiras, inocências, excesso de zelo (que nunca se torna ‘pecado’), euforia pelas coisas simples que não custam dinheiro ou bens materiais. Tudo se ‘paga’, apenas, com uma palmada amiga no lombo, uma lambidela na cara, um afagar de orelha, uma taça de ração e água fresca.
Numa coisa não os imitemos! Que o nosso cumprimento não seja o deles – o cheirar o rabo uns aos outros – nesse aspecto, que fique tudo como está!!! :))

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Faz-me falta

Que saudades tenho do Verão, do sol, do calor, da areia colada na pele salitrada;
Que saudades tenho da música de amor tocada, enquanto me amavas;
Que saudades tenho de um acordar feliz, radiante e saudável, mesmo em dia de chuva;
Que saudades tenho das noites de amor, privadas, só nossas...
Que saudades sinto do teu desvelo, das juras de amor entre carícias trocadas, ontem, por críticas, amarguras e acusações;
Que saudades tenho do Inverno, do frio que seca e fere o rosto e nos faz enroscar à procura do quente;
Que saudades sinto do cigarro fumado após 'o amor';
Que saudades tenho de deixar o meu cheiro nas tuas coisas, em ti e na tua vida;
Que saudades sinto de um abrir de porta recebido com um sorriso nos lábios;
Que saudades tenho de atirar o respirar quente para um vidro e desenhar um coração inocente num embaciado fugaz;
Que saudades tenho de um beijo roubado que nos tira o chão de debaixo dos pés.

Que saudades .... que saudades.

Perdidos e Achados

Se penso nas pessoas que 'perdi'? Penso.
Se tenho a certeza que as amei? Tenho.
Se me custou? Muito.
Se lhes custou? Talvez.

Todos os dias 'perdemos' ou 'ganhamos' alguém.
Perder, perder mesmo?... acho q só perdi para a Morte. Faz-me falta quem cá esteve, quem amei e, hoje, não posso ver, sentir, ouvir ou tocar. Os que estavam, diariamente, e deixaram de estar...os que perdi para o 'destino'?, não considero perdidos...Talvez façam parte dos (re)visitados, daqueles que estavam, já não estão, mas vão estando, de forma incerta, mais esbatida; 'presentes' nos aniversários, nas festividades importantes e em fases difíceis.

Se sofro porque os 'perdi'? Já sofri...o suficiente (porque há um limite, até para o ilimitado).
Hoje encaro esse sofrimento como necessário, como uma imprescindível aprendizagem para o meu crescimento - das mais importantes de todas - que podemos fazer das perdas ganhos (sendo que o inverso também pode ser possível).

Tenho tido boas e más surpresas em relação a alguns (ex) entes queridos: falo de amigos, familiares, colegas, companheiros...
Entre a falência emocional e a obrigatória 'convalescença' (porque a vida não pára), considero, sempre, que o saldo é positivo e que o que não resultou é porque não estava 'destinado'. Às vezes, por mais que façamos, não conseguimos resultado positivo. Não vale a pena pensar 'Se eu (não) tivesse feito isto ou aquilo...' - as relações não são unilaterais, as pessoas e as suas características e vivências são cada vez mais divergentes (apesar do desejo latente de convergência) e, mais dia menos dia, acabam por falhar.
Somos egoístas e pouco tolerantes com o próximo; infernizamos, a troco de lustro no ego, a vida uns dos outros, e aqui, no busílis da questão, é que reside a solução para o problema - aceitar que as perdas são ganhos - ganho paz e 'perco' a pessoa; é a troca do espiritual e emotivo pelo material, pelo físico. Com a idade, vamos aprendendo a valorizar a parte emotiva e a dar menos importância ao invólucro. Há coisas que, definitivamente, se vivem em determinada idade e não noutra porque é descabido, não há apetência ou paciência para.

Também ganhamos na vida quando nos surpreendemos e conhecemos novas pessoas com boa índole, com bons sentimentos, que nos fazem acreditar que vale a pena de novo, que nos 'obrigam' a abrir o peito, a ultrapassar barreiras e medos (muitas vezes inexistentes, mas criados por nós) - verdadeiras 'lufadas de ar fresco' numa vida (a nossa) temporaria e propositadamente 'apagada'.
É nestas pessoas positivas que quero acreditar...é para elas que escrevo este texto.

Perder ou ganhar... ganhar ou perder? Tudo é relativo.

Não acredito.....acredito

Não acredito em deuses, bruxas, santos, fantasmas ou almas-penadas.
Não acredito nos signos nem na astrologia.
Não acredito no mérito, na insensatez e mediocridade de algumas pessoas.
Não acredito na vida para além da morte.

Acredito no amor para toda a eternidade.
Acredito quando a Marta diz que me adora.
Acredito no meu pai, na minha mãe e na minha irmã.
Acredito que a Rita se matou porque tinha um motivo.
Acredito que o cão é mesmo o melhor amigo do Homem (embora o contrário, muitas vezes, não se verifique).
Acredito que o Vítor e a Ana fiquem juntos para sempre.
Acredito na Pipa, na Maria e na Matilde (e no amor que por mim têm).
Acredito que o Passado é eterno, o Presente é instável e o Futuro uma certeza (posso é não estar cá para o viver).
Acredito na irreversibilidade de algumas coisas.
Acredito que o Mar e a Música acalmam.
Acredito que há coincidências na vida e que, perto destas, a Lotaria é fácil.
Acredito que todos os dias as coisas mudam, mas basicamente ficam na mesma.
Acredito no meu avô António (a pessoa que mais me custou 'perder' até hoje).
Acredito que as pessoas 'mudam' do dia para a noite, sem nos darmos conta.
Acredito que tenho alguma coisa para ensinar, mas quero (muito mais) aprender.
Acredito que a distância também une.

Porque fazer a lista do 'Não acredito' foi mais difícil do que fazer a do 'Acredito' acho que, afinal, sou mais crente do que descrente.

Aos 30 anos? Uma esplêndida e casual descoberta. :)

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Agradecimento...

Este texto é, única e exclusivamente, para o Zé Eduardo...
Antes que me esqueça (porque, desprevenidamente, às vezes, prego estas partidas...) :

'Obrigada pela preocupação, pelo carinho, pela amizade pura, pelos 'puxões de orelhas' (dasss....doem!!), pela partilha de música/gostos/opiniões/experiências....

Obrigada, também, por seres (co) produtor (sonoplasta), leitor assíduo e incentivador deste blog...
Pertences, definitivamente, à 1ª espécie.'

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Sítios estranhos

Sítios estranhos - 'nascem' por todo o lado, como cogumelos em mato agreste, os bares, discotecas e afins que proliferam nas metrópoles e se alimentam do ambiente da noite adorado, até ao limite, por mais que muitos.

Filas à porta (são um clássico): cara bonita leva cartão barato ou sem consumo (se valer mesmo a pena), cara feia (ou de quem, para o porteiro, tem ar de espertalhaço) leva cartão caro. O dito cujo trocado por bebidas (a peso de ouro), não daquelas com selo ou lacre de garantia, ou das outras de onde se liberta gás num desenvolto desenroscar de tampa, mas dessas que se compram numa qualquer loja de 'chinesices', ao virar da esquina. O que é feito daquelas jeitosas senhas que nos entregavam à porta (a troco de dinheiro à vista) das 'discos', de antigamente, que se trocavam por bebidas de carica?? Se te 'emborrachares' e perderes o cartãozinho ficas fulo e ainda pagas uma grandessíssima multa que é um terço do teu ordenado!

Uma vez lá dentro: ouves música 'a metro', 'vendida' por um DJ de renome (que ninguém conhece de parte nenhuma); gritas com os amigos, quando queres conversar e ouves o tipo do lado, na fila para o bar, a dizer 'Posso c......er-te?', o que te deixa a pensar - será que ele disse 'Posso conhecer-te, ou Posso comer-te?' (ambas as hipóteses viáveis) - tendo em conta os decibéis tão elevados que te põem um zumbido nos tímpanos com a dolorosa duração de 12 horas e porque ouvir comentários destes também não seria de estranhar. Desenganem-se os enganados que pensam que o estilo engatatão morreu e que não se faz reviver de geração em geração, noite após noite.
Não são poucos (mas muitos) os que vão sair à noite num vislumbre patético do engate perfeito, com um objectivo em mente 'Hoje é que eu as 'papo' todas! Está sempre tudo no papo: não percebem os idiotas que o 'papão' não é só o macho, nem a 'papada' sempre a fêmea (há géneros para tudo - 'papalvo(a)s' não faltam).

À saída: é a fila interminável para pagar o absurdo que não se consumiu (o pagamento através de cartão NUNCA está disponível 'e falta-me a merda do dinheiro que me esqueci de levantar'); é o descartar a miúda, ou o gajo, que, não sabemos bem como, aterrou pendurada(o) no nosso pescoço; é a procura interminável do carro (porque a 'bezana' 'tá feia) acompanhada de reza para que não tenha multa ('é que, ainda por cima, vou a bater o dente - tá um frio dos Diabos!) porque o casaco?, esse?, ficou a agasalhar o carro (estragava a farpela ou, melhor ainda, espevitado o sentido de poupança, 'sempre foram €2.50 que escusei de deixar ao 'caramelo' do bengaleiro); é o livrar-se, estoicamente, do incessante zunir nos ouvidos que não nos larga até à cama.

Amigos, por isso, hoje, vos digo: 'À noite venham os chinelos, o sofá, os amigos lá em casa....que eu já não tenho vida para isto!'

Pinta-ma outra vez

Pinta-ma outra vez:
A vida que me ofereceste
Essa vida que aceitei,
pensando muito no antes, menos no durante
e pouco no depois.

Pinta-ma outra vez;
Não da forma como o fizeste.
Não da forma como o conseguiste,
Mas da forma que sei que és capaz.

Pinta-ma outra vez...

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Espécie Humana

Como os animais se dividem em espécies, estou certa de que também, assim, se dividem os humanos (em várias espécies de indivíduos). Senão vejamos:

1. Temos aqueles que estão de bem com a vida, consigo mesmo ou com a pessoa que escolheram para amar. São sensatos, calmos; sentem-se radiantes, vivem em permanente glória, mesmo quando as coisas correm menos bem; vêem a vida com bons olhos (nunca de viés) e sempre de frente. Não se deixam ir abaixo; lutam, exigem, mas dão; não são 'contornadores' de problemas, não inventam desculpas para os seus erros, nem mesmo para os dos outros, aceitam-nos. A vida é o que é...objectiva e fácil;

2. Temos os que estão de mal com a vida, consigo mesmo ou com a pessoa que escolheram. São pessimistas, amargos, ácidos; vivem sempre em 'desgraça', sentindo-se sempre mal-tratados e incompreendidos por quem lhes quer bem. A vida é madrasta e tudo o que acontece tem a ver com o azar (ou bruxedo), a incompreensão, a maldade (da parte dos outros); é o copo que está 'meio vazio, em vez de meio-cheio'; nada chega ou é suficiente; a vida não é para viver, vai-se suportando, numa sobrevivência 'pobre',...não se apercebendo, muitas vezes, que há pessoas ali mesmo ao lado que, de facto, têm uma vida difícil e a levam, honesta e sabiamente, com um sorriso rasgado nos lábios;

3. Depois temos aqueles que, não tendo vida, querem viver as vidas dos outros e, quando não conseguem, vivem, única e exclusivamente, para as estragar (apenas porque dá prazer....e aqui é que a coisa ganha laivos de sordidez). Quanto a mim, estes são os piores; fogem dos da 1ª espécie (porque não têm a mínima hipótese...perto deles são sombras) e juntam-se aos da 2ª espécie (porque são as presas mais fáceis...deixam-se 'convencer'). Dependendo da aceitação que têm por parte destes, põem em prática as lições aprendidas num qualquer reles manual de "Como aprender a 'lixar' o próximo em 3 tempos". Facilmente, (pois são aproveitadores) conseguem esboroar, escavar, minar, implodir, explodir e rasurar (como se de um caterpillar se tratassem) até não deixarem osso, cabelo ou alma de pé. São usurpadores, dissimulados, angelicais, sorrateiros, oportunistas, aproveitadores, calculistas; estão sempre ali, na hora H, para o que der e vier à espreita da primeira oportunidade para atacarem numa fase de fraqueza. No fundo, não passam de fungos ou vírus que proliferam nas debilidades de alguns (terreno fértil para as suas não-vidas).

Acredito que durante a nossa vivência, neste mundo, as verdadeiras pessoas, feitas de 'boa' massa, possam alternar entre as duas primeiras espécies...ou que características de ambas surjam esporádica ou intermitentemente nas suas experiências...
Quanto à terceira? Não...essa não se mistura. Nasce-se, cresce-se e morre-se assim....porque não conseguem mais.

Dreamgirl (by DMB)

(Esta tinha que publicar...uma das mais belas letras)

Yeah, ya, yeahYeah, ya, yeah oh.Yeah… hey, alright…
I would dig a hole all the way to china
Unless of course i was there
And i’d dig my way home.
If by digging i could steal
The wind from the sails of the greedy men who ruled the world.

Still you’re my best friend
And after a good, good drunk
You and me wake up and make love
After a deep sleep where i was dreaming
I was dreaming of a Dream girl
Dream girl Dream girl (yeah) Dream girl

I was feeling like a creep as i watched you asleep
Face down in the grass in the park in the middle of hot afternoon
Your top was untied and i thought how nice it’d be to follow the sweat down your spine.
You’re like my best friend
Oh, after a good good drink
You and me wake up and make love
After a deep sleep where i was dreaming
I was dreaming of a Dream girl (yeah)
Dream girl Dream girl (yeah)
Dream girl

Caught by a wave my back to the ocean.
It knocks me off my feet and
Just as i find my footing
Here you come again!
Dream girl, ohDream girl (mumble man)
The deep end…

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Para descomprimir...

O menino João, todos os dias, a caminho da escola, perguntava ao Sr. Manuel quando passava à porta da sua mercearia:

- 'Oh senhor Manuel?, tem iogurtes de manga?'
e o senhor Manuel respondia:
- 'Não, João, não tenho??

Todos os dias, durante uma semana, a mesma pergunta, a mesma resposta.

Dias depois, o João passa em frente à mercearia do Sr. Manuel, a caminho da escola, e não pergunta nada. Diz o Sr. Manuel:

-'Oh João, já tenho os iogurtes de manga!'
E o João responde:
- 'São uma merda, não são?'
:))))))))))

Pensamento

Há pessoas que para enxergarem o que as rodeia precisariam não de uma lente, não de uns óculos, não de uma lupa, mas de um telescópio...

('Poor girl. She never had a chance'.)
Mundo de gente estranha...

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Vaza-me os olhos: continuarei a ver-te,
tapa-me os ouvidos: continuarei a ouvir-te,
mesmo sem pés chegarei a ti,
mesmo sem boca poderei invocar-te.
Decepa-me os braços: poderei abraçar-te
com o coração como se fosse a mão.
Arranca-me o coração: palpitarás no meu cérebro.
E se me incendiares o cérebro,
levar-te-ei no meu sangue.

Rainer Maria Rilke (1875-1926)

In Qual é a Minha ou a Tua Língua? – Cem Poemas de Amor de Outras Línguas
(tradução de Jorge Sousa Braga)

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Pensamento...Fácil

É fácil inventar uma vida
É fácil apagá-la
É difícil reconquistá-la com dignidade
quando não queremos abrir mão de algumas coisas.

"A Felicidade Exige Valentia"

"Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes mas, não esqueço de que a minha vida é a maior empresa do mundo, e posso evitar que ela vá à falencia.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise. Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar um autor da própria história.
É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma. É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da Vida.
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.
É saber falar de si mesmo. É ter coragem para ouvir um "não".
É ter seguranca para receber uma crítica, mesmo que injusta.
Pedras no caminho?
Guardo todas, um dia vou construir um castelo..."

Pensamento

Em qualquer tipo de hierarquia, a base que sustenta a pirâmide é a que fica sempre com as migalhas.

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Cuidado com a sinceridade!

(Modesta dissertação sobre o conforto mascarado da mentira ou a coragem da verdade)

Estranha advertência a que intitula este texto! Como a pode classificar uma pessoa transparente, que acredita, piamente, que a mentira não se faz só de perna curta, mas antes de um organismo vivo e ramificado, todo ele mal-formado, nado-torto, medíocre, corrosivo, matreiro?

Decidir mentir ou não (that is the question)... aceitar a mentira como adequada, justificada, conveniente; chamá-la de caridosa (como alguns a gostam de nomear - não que fosse necessário, porque a dita já tem nome). Relembro-o para os mais, convenientemente, distraídos/esquecidos - MENTIRA: nome feminino, singular - acto ou efeito de mentir, de faltar à verdade de modo consciente e intencional; feita com a intenção de enganar - significado simples que se retira de qualquer comum dicionário de Língua Portuguesa.

Uma faca de dois gumes: afiada, cortante, cruel; capaz de 'matar' porque a aproveitam os farsantes, os mal-formados e dissimulados para fazerem de nós fracos - dos que não mentem ou omitem - e, das nossas sinceridades (muitas vezes fraquezas), armas de arremesso para, minutos, dias, anos mais tarde, nos espezinharem de forma belicosa e arquitectarem culpas das nossas verdades.
Sim!! Essas mesmas que, no início das relações amigas ou amorosas, nos pedem sempre para contarmos e não omitirmos!
Mais cautelosos (ou sábios estrategas de enredos) os que mentem ou omitem (não sei se devo dar a mão à palmatória...ou vice-versa). Esses assumem, assim, posições mais confortáveis, nada passíveis a comparações menos benéficas e ganham, com isso, estilos de vida mais brandos, regrados, invioláveis no que toca a críticas e/ou comparações.

Será que podemos ser um livro aberto para quem se fecha, conveniente e hermeticamente, para se proteger, poupar e estar sempre num patamar superior, pois não há espaço para indício de falha ou comportamento falível?; é um 'dar um ar' (não dando a cara à verdade) de que se é perfeito, de indivíduo a quem não se aponta um dedo nem acusador ou inquisitorial, nem de espécie nenhuma, tal qual toalha de linho imaculada em almoço de Domingo.

A verdade tem um preço...por vezes caro... já me saiu muito dispendioso. Contas feitas, verdades somadas, mentiras subtraídas, curiosamente, optei sempre por esse caminho, por ser mais justo, o mais direito, mas, também, e ao mesmo tempo, o que me saiu mais caro e tortuoso, porque acorda o ciúme (usado, por muitos, para destruir o frágil (até aí forte) castelo de cartas; é letal; destrói, prolifera, ganha terreno, usurpa a razão, esteriliza o que há (ou havia de bom), alimenta a raiva e o desgosto, planta a desconfiança, anula a sensatez, nutre a falta de sinceridade, amamentando-a, como se de um filho se tratasse), desperta a falta de respeito - sentimentos destruidores, dilacerantes, que, bem (mal) usados, por quem nunca se 'mostra', são capazes, ainda, de nos fazerem sentir culpados e em dívida pela nossa honestidade.

Como me disse, um dia, um amigo: 'Conheces-te...quem gosta de ti, conhece-te...as acusações dos outros servem para as trazeres ao peito, como medalhas que não 'mancham ou tingem', porque são 'não-verdades'...o que importa é o que tens dentro e não o que pensam de ti'.

Optem sempre pela verdade. Embora possa ter um caminho mais sinuoso, levar-vos-á para um destino mais certo ... se esse destino não vos aceitar.... acreditem, há outras 'opções' no mapa :) .

Aos descomprometidos...

Peguem numa folha de papel...
Agora numa caneta...
(vá lá, não custa nada!)
Façam uma lista das pessoas que conhecem, que estão sozinhas como vocês e não partilham a vida com uma cara-metade.
Então? Muitas?
Surpreendente, não é?, a quantidade de boas pessoas que não tem a sorte de viver com e para alguém...
Porquê?
Alguém me explique isto!!
Se há tantos escroques que têm, não uma, mas várias pessoas, porque é que há uns que 'procuram' uma alma gémea e não a encontram?
Escrevo isto sem nunca esquecer que há comprometidos que são, ainda, mais solitários. Mas este texto não é para eles :). Que tomem uma decisão... porque se nós, descomprometidos, hoje, estamos sós, também fizemos uma escolha...

terça-feira, 9 de outubro de 2007

Pensamento

Amigos são todos aqueles com os quais sabemos que podemos contar.
Podemos não os ver há (ou durante) anos, mas sabemos que, quando precisamos, estão lá.
Os 'amigos' que estão sempre em todo o lado, fazem questão de estar presentes, a toda a hora, a todo o minuto?? Não!!!! Não é desses que estou a falar....esses são pseudo amigos ou protótipos de outra coisa qualquer...porque os amigos são gente, e como nós?, têm vida....a sua vida e não a nossa vida.

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

FUR (an imaginary portrait of Diane Arbus) by Steven Shainberg


Filme protagonizado por Nicole Kidman e Robert Downey Jr.

Nunca escrevi sobre um filme. Das centenas que já vi e me marcaram, deste, não poderia deixar de dissertar a minha humilde opinião.

Uma família, aparentemente, perfeita. Marido, mulher, duas filhas; vivências de uma alta sociedade crítica e desatenta. Felicidade de um marido que ama, que se sente realizado marital e profissionalmente, num laisser-vivre mais confortável do que um observar atento de uma inconstância (in)vísivel de quem se deita, no mesmo leito (noite, após noite, após noite), ao seu lado, numa solidão gritante e muda.
Uma novidade: um vizinho misterioso, enigmático e encoberto que se muda para o mesmo prédio, um lanço de escadas acima. O despertar de uma mulher que quer fazer e viver algo diferente, que quer 'voar' e libertar-se de uma rotina que a castra e que a deixa infeliz e incompleta, dia após dia.
A libertação começa no dia em que decide fotografar o vizinho: homem com uma doença que não lhe permite andar de rosto descoberto (o que a intriga) e que faz despertar nela vivências apagadas, recalcadas e nunca entendidads pelos mais próximos. Encontros fortuitos, à socapa; noites envoltas em mistério, voyeurismo, com experiências que fazem redescobrir sentidos, sensações e toques inexistentes há anos; um viver circense, nada holywoodesco, de um grupo de renegados com vivências à parte, de uma sociedade que os encara como aberrações daquelas sobre as quais preferimos não pensar e olvidar que existem.
Ela 'abraça' este mundo...o amor acontece, o adultério também, de uma forma distinta, sofrida, inocente, carnal, absoluta, necessária....um amor com tempo, data e hora marcada.
Paixão assumida, quando nada mais importa do que o amor que sentem e os une indissoluvelmente, porque se olham sem pudor ou vergonha, despidos de preconceitos de quem os vê como doidos.
Uma doença acontece - capaz de acabar com tudo num ápice, num 'abandono' do destino, irreparável, irrevogável, incontornável, mas, ainda assim, capaz de deixar de herança um incentivo para uma vida diferente e pré-destinada.

O fim não vos conto. Por uma razão simples: não há palavras que descrevam um amor que tinha tudo para ser 'para sempre', mas quis o malfadado destino que tivesse a fugacidade de um fósforo que já teria começado a arder.
Este unhappy end só seria explicado pelas lágrimas que chorei porque o destino consegue ser cruel e ladrão.
Desejei que alguém que amei testemunhasse esta película...para isso tinha escrito um bilhete, incluído na caixa que continha o filme, para ser lido, apenas, no final.
O bilhete 'rezava' assim':
'Porque podemos ser amados sem nos sentirmos amados';
Para te provar que a beleza exterior não conta;
Para mostrar que temos o dever de estar atentos a quem nos ama;
Porque a vida é curta e mais curto ainda é o tempo que escolhemos para amar;
Porque a vida não pára (só quando morremos)
(uma das melhores histórias de amor a que assisti....de lágrimas!)

Depois de um 'Esquece-me', hoje, o bilhete deixou de fazer sentido. Para grande pena minha, nunca foi entregue.

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

Tributo a Dave Matthews Band

(Para os fans presentes e os que ainda vão a tempo)

O que poderá dizer uma fã incondicional de DMB? Todas as palavras ficarão aquém: um vício (a good one), uma das maravilhas do mundo, uns encores inigualáveis, uma perfeição de acordes em desgarrada, um 'confronto' instrumental de músicos que levam ao êxtase qualquer comum mortal, até mesmo àqueles aos que duro se faz o ouvido para a música.
Deixo um Remember two things: são deuses neste vastíssimo mundo da música e têm capacidade e generosidade para o partilhar (com os portugueses também).

25 de maio de 2007
Pavilhão Atlântico ao rubro num obrigatório Stand up (de que outra forma poderíamos ouvi-los, senão com um gingar de pernas, miseravelmente, descontrolado, braços no ar, ainda que fosse num recôndito e sufocante Under the table and dreaming, com um bilhete para um lugar sentado que teimou em ficar vazio porque o corpo tem que responder) - justifica-se, assim, o Some devil, porque o Diabo tem mesmo que andar à solta quando eles tocam, porque o 'Gravedigger' tem mesmo que nos cavar uma cova superficial, não para sentirmos, apenas, a chuva, mas para os ouvirmos Everyday, para além da morte (é o poder dizer 'vou ali matar-me e já volto :)).
Depois de os conhecermos, sem precisarmos de apresentação formal, guiados por um 'satelite' podemos ser 'crush'(ed) e 'crash'(ed), porque nada mais importa. Não é um sonho realizado, é O sonho concretizado para 18 mil que, boquiabertos, assistiram a 3 horas de perfeição (porque, afinal, ela existe nestas coisas), num 25 de maio que poderia ter sido igual a outro qualquer, como igual seria o evento para qualquer conterrâneo da banda, uma 'typical situation' para os americanos, mas para nós 'portugas' foi, não um 'dreamgirl', mas um 'dreamconcert'.
Esperamos, paciente e ansiosamente, outras visitas amplamente difundidas e anunciadas 'one, two, #41 times'.
Quem gosta, gosta...quem ama, então, corre por gosto e nunca cansa, seja num estádio, pavilhão ou num 'warehouse' qualquer.
Depois de os ouvir pela primeira vez, poderia viver numa 'grey street' qualquer e pensar 'Hey, how did I come to this? I dream myself a million times around the world' (só para os ouvir).
Quem os conhece que os (re)explore para os (re)amar em cada nova versão e improviso do que já existe. Basta-nos o que já compuseram, nem precisaríamos de mais.

'Cause life sucks without a soundtrack'...estes Senhores têm, MESMO, que fazer parte. Para quem não os conhece....'Perdoai-lhes, Senhor, pois não sabem o que ouvem'......

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Why 41????

Deixem-me rir....deixem-me chorar...


Por dentro e por fora.
Sem críticas, reparos, olhares de soslaio ou desconfiança de uma loucura premente.
Sem perguntas, sem porquês, só porque sim.
Porque apetece, porque faz bem, porque alivia o fardo nos ombros, porque nos sulca a face quando a enruga e a marca.

Rir é o melhor remédio...chorar lava a alma e a culpa; ambos trazem alívio e desapertam os nós que sufocam (como gravata de executivo aprumada em dia de reunião importante).

Deixem-me rir....deixem-me chorar.
Sem medo de parecer ridícula, inconveniente, histérica, descontrolada, (des)embrulhada, excessivamente expansiva ou deprimida.

Deixem-me rir...deixem-me chorar.

Pêndulo

P endura-me num fio de amor para sempre.
E ncara-me como uma tua necessidade absoluta.
N amora-me o corpo, a mente, o toque, o espírito.
D á-me de volta as promessas de amor.
U sa-me com respeito, porque sou tua e tudo faço.
L ava-me o ser encardido pelo ciúme e o orgulho.
O uve-me os lamentos para me libertares a alma.

Não quero a inconstância de um vai-e-vem pendular, de um vai e volta que, às vezes, não volta...quero ficar e ser....tua.

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Um 2 na vida......ou uma vida a 2?

De quase tudo que é bom numa vida (porque por muito que queiramos só há uma e não duas), quase sempre ter pares é melhor: dois beijos, duas carícias, dois filhos, dois poemas de amor, dois carros na garagem (um deles topline como fermento para o ego), duas noites de sexo ou (melhor ainda) sexo duas vezes por noite, duas pastilhas elásticas, dois sorrisos, duas anedotas, dois truques de magia, duas janelas ou portas, dois girassóis, dois horizontes, duas mãos dadas...

Poderíamos ser tentados a acreditar que o dois é perfeito....mas pode não ser.

Ter dois amantes é mau (para quem tem a cabeça no sítio certo), duas zangas, desilusões ou maleitas também, de sofrimentos em duplicado nem se fala, pares de mentiras e desacertos são os que mais doem.

Ambicionamos quantidade ou qualidade? Almejamos a unidade (perfeição) do um ou a diversidade do dois?

Ouvi dizer, muitas vezes, que o Amor é para os parvos. Se assim é?, quero ser parva toda a vida!
A maioria das pessoas que partilha uma 'vida a dois' fá-lo num (sobre)viver em (in)tolerância, em obrigação, em contas e despesas conjuntas, tão conjuntas, mas tão conjuntas que se ensarilham sozinhas, em dívidas necessárias suportadas e controladas a dois, insuportáveis, usurárias e descontroladas a um.

Uma vida a dois é ver mais longe: é VIVER para alguém que amamos, é não respirar na ausência, é um daltonismo e envelhecimento fatal e fatalista do que nos rodeia, é o murchar por dentro e o gritar em uníssono, mais alto do que tudo, por dentro e para fora, para ser ouvido por todos 'NÃO ME ABANDONES'...; é a urgência de agradar, é o tempo que é curto e inexorável para um enovelar de mãos, um entrelaçar de corpos, um partilhar de carícias a contra-relógio.

Como diria alguém que muito admiro 'Two is the perfect number, but one...'.

Na dúvida ou incerteza, e se o egoísmo não nos cegar ou castrar, escolhamos o 'um'. Mas aquele 'um' que implica dar, abdicar, compreender, entregar, dividir, partilhar, fazer multiplicar. Nunca façam, conscientemente, alguém acreditar num 'um' em osmose, fusão ou sintonia se não estiverem preparados para tal.
Para esse 'um' só os 'heróis crescidos' estão preparados...e esses?, infelizmente, estão em vias de extinção. Não farão duas mãos dadas uma só?
Digam lá? Não é muito melhor?

Aos amigos


Uma mão no ombro, um olhar de conforto,
um beijo na cara, um afagar de nuca, um sorriso alargado,
um choro partilhado, um abraço num roçar de face,
um ralhete merecido (na hora devida), uma festa de veludo (numa hora perdida).

Que os amigos me ouçam quando grito em silêncio,
que me espantem e surpreendam,
que me mimem e me exijam,
que me chamem à razão quando ela me foge e a perco
e que ma devolvam quando ela é minha.

Que eu os preserve e que eles me preservem,
que não se extingam e que me não falhem quando eu não falho,
que me olhem e me vejam,
que observem quando sofro sem eu ter que falar.

Que me acompanhem no riso fácil,
num pressentimento quando 'sangro',
no riso são, no choro alagado e num soluço sentido.

Que me respeitem na ausência
no meu espaço interno e externo,
na intermitência da minha não sabedoria,
que acreditem em mim,
no que sinto
e sou capaz por eles.
Que me perdoem se fui, sou ou serei egoísta.

Que percebam que são essenciais, primordiais,
absolutos, imprescindíveis, necessários e que sou SEMPRE de e para eles.

Que eu olhe para as únicas pegadas no caminho
e sinta sempre que não o percorro sozinha,
mas que são eles que me 'carregam' ao colo.

A vocês,

José Eduardo, Sara Alves, Bárbara Pereira, Rui Mascarenhas, Marta Cruz, Sónia Graça, Elisa, Vítor Madureira, Rui Machado, Pedro Flores, José Pinto Viana, Valter Freitas, Manuel Pereira, Ema Correia, Raquel Moreira, Carlos Machado, Ana Agapito, Pedro Martins, ao meu pai e à MINHA MÃE......OBRIGADA