quarta-feira, 7 de novembro de 2007

GP quê?

São úteis. Substituem mapas ou bússola em terra firme. Carro moderno que se preze traz GPS incorporado. Carro que não se preze tem dono prevenido que o apetrecha com o imprescindível (se actualizado) artefacto electrónico.

Somos país de gente simpática, disponível, afável que quer ajudar e ‘morre’ por uma oportunidade para o fazer, mesmo quando ninguém lhe pede ajuda. A Era GPS inibe a comunicação.
O que vai ser feito daqueles brilhantes episódios novelescos onde estamos perdidos no meio de nenhures e circulamos kms à espera de encontrar vivalma (im)prestável que nos socorra? e…quando encontramos um raríssimo espécimen……ESPEREM…recordem…. (façam uma analepse porque já aconteceu a todos) – a pessoa é tão velha e fica tão perplexa (mas feliz, ao mesmo tempo…há anos que faz aquele trajecto e nunca ninguém parou para troca de dois deditos de conversa deitada fora); fala um dialecto ‘arrastado e embrulhado’ tão estranho e incompreensível (apesar de emissor e receptor terem a Língua Portuguesa em comum); não distingue e até confunde todo e qualquer tipo de direcção (frente, esquerda, direita…) – só nos dá vontade de desaparecer desde o primeiro segundo, que dali não vamos ‘achar’ rumo certo nenhum (‘e como é que eu não previ esta merda??!!’), antes vamos embrenhar-nos, mais ainda, na obscuridade do desconhecido, mas, porque somos bem educados e até sentimos compaixão por estas ‘almas’ tão esquecidas, ouvimos a explicação até ao final, sem a ouvirmos (se pensarmos bem – porque só conseguimos pensar ‘Como é que me livro desta?’)…..e quando, finalmente, seguimos caminho (deixando para trás um sorriso estampado pelo dever cumprido), ainda ficamos a pensar se a pessoa com quem estivemos a falar seria mesmo uma mulher (é que tinha barba!), se seria um homem (barba justificada) ou até mesmo um cacto com propriedades falantes (barba justificada, de novo) – acredito em tudo desde que vi O Feiticeiro de Oz.

Pesados os prós e contras: o GPS até faz jeito; sai barato o co-piloto sem direito a ordenado, subsídio de alimentação, seguro de saúde, permanentemente, disponível 24 (horas) sobre 7 (dias da semana) com a vantagem de o podermos insultar sem direito a ripostar.

Melhor seria se nós, humanos, viéssemos apetrechados, de origem, com um Tomtom que ajudasse a dar resposta às dúvidas existenciais ‘Onde estou?, Para onde vou?, ou quero ir?'.

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