São úteis. Substituem mapas ou bússola em terra firme. Carro moderno que se preze traz GPS incorporado. Carro que não se preze tem dono prevenido que o apetrecha com o imprescindível (se actualizado) artefacto electrónico.
Somos país de gente simpática, disponível, afável que quer ajudar e ‘morre’ por uma oportunidade para o fazer, mesmo quando ninguém lhe pede ajuda. A Era GPS inibe a comunicação.
O que vai ser feito daqueles brilhantes episódios novelescos onde estamos perdidos no meio de nenhures e circulamos kms à espera de encontrar vivalma (im)prestável que nos socorra? e…quando encontramos um raríssimo espécimen……ESPEREM…recordem…. (façam uma analepse porque já aconteceu a todos) – a pessoa é tão velha e fica tão perplexa (mas feliz, ao mesmo tempo…há anos que faz aquele trajecto e nunca ninguém parou para troca de dois deditos de conversa deitada fora); fala um dialecto ‘arrastado e embrulhado’ tão estranho e incompreensível (apesar de emissor e receptor terem a Língua Portuguesa em comum); não distingue e até confunde todo e qualquer tipo de direcção (frente, esquerda, direita…) – só nos dá vontade de desaparecer desde o primeiro segundo, que dali não vamos ‘achar’ rumo certo nenhum (‘e como é que eu não previ esta merda??!!’), antes vamos embrenhar-nos, mais ainda, na obscuridade do desconhecido, mas, porque somos bem educados e até sentimos compaixão por estas ‘almas’ tão esquecidas, ouvimos a explicação até ao final, sem a ouvirmos (se pensarmos bem – porque só conseguimos pensar ‘Como é que me livro desta?’)…..e quando, finalmente, seguimos caminho (deixando para trás um sorriso estampado pelo dever cumprido), ainda ficamos a pensar se a pessoa com quem estivemos a falar seria mesmo uma mulher (é que tinha barba!), se seria um homem (barba justificada) ou até mesmo um cacto com propriedades falantes (barba justificada, de novo) – acredito em tudo desde que vi O Feiticeiro de Oz.
Pesados os prós e contras: o GPS até faz jeito; sai barato o co-piloto sem direito a ordenado, subsídio de alimentação, seguro de saúde, permanentemente, disponível 24 (horas) sobre 7 (dias da semana) com a vantagem de o podermos insultar sem direito a ripostar.
Melhor seria se nós, humanos, viéssemos apetrechados, de origem, com um Tomtom que ajudasse a dar resposta às dúvidas existenciais ‘Onde estou?, Para onde vou?, ou quero ir?'.
quarta-feira, 7 de novembro de 2007
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