quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Hipnose

Ainda estou para descobrir o que se passa com esta música, que alguns chamam de ‘pimba’, ‘comercial’ e ‘fácil’, que não nos sai da cabeça, do ouvido e da boca.

Odiamos este tipo de folclore musical, olhamos para quem o ouve de soslaio, não entendemos como pode ser vendável (ainda que o seja a granel e às paletes) e, no entanto, basta que ouçamos este tipo de música uma única vez e … estamos amaldiçoados! Quando menos esperamos, estamos a cantarolar Shakira num ‘mix’ com Beyoncé Knowles no chuveiro, no carro, no emprego, em casa….em todo o lado. E a vergonha que um tipo passa?! Socorro!!!

Só pode ter propriedades mutantes ou até hipnóticas para nos ‘agarrar’, assim, sem qualquer piedade artística. Enraíza-se em nós, infiltra-se e ganha terreno sonoro, acústico, vocal. Toca ao de leve no ouvido (porque não tem substância para mais) e depois não sai da cabeça, já fez a mala e já se instalou com letra e refrão fácil na bagagem. Enquanto estamos acordados, ela mantém-se ali, para escuta, frenética, electrizante, nervosa e vergonhosamente repetitiva…só desaparece depois de uma noite bem dormida (cura desejada para vários males). No dia seguinte, dissipou-se, miraculosamente, como nevoeiro mais que cerrado em manhã de Verão. Ufa….que alívio!

Temporariamente, sai uma tonelada de cima dos ombros porque ELA desapareceu, mas sabemos que a qualquer hora vai ‘atacar’ numa berraria pegada, num qualquer aparelho radiofónico perdido algures. Aí?, aí começa a saga toda de novo, mais 12 horas de tortura. A solução será passarmos a andar de tampões de silicone nos nossos belos ouvidos. Não corremos assim o risco de nos descobrirmos hipnotizados contra a nossa vontade.

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