terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Deixei-me cair tão forte, dentro de ti:
como uma distraída em areia movediça lutando para me libertar, mas sabendo que a certeza era o fim;
como o afogado que vem à tona, vezes sem conta, em golfadas e litradas de água mortais, esbracejantes, derradeiras e sem fôlego.

Estava sentada, serena.
Passaste pela ‘minha porta’, ao meu encontro, disposto a amar-me e com promessas. Quiseste que te amasse e incitaste-me, ‘Fá-lo! Sente-o sem medo!’.
Fiz-te sentir um miúdo, mas sabia que não o eras. E as brincadeiras de menino já não faziam sentido.

Deixei-me cair, tão forte, dentro de ti.
É por isso que, contigo, não posso dizer o que sinto.
Quis ficar, mas pensei (depois de tudo)
‘tenho que sair daqui para fora’
por ter caído, tão profundamente, em ti.
Quis ficar, mas penso
que vou sair daqui.

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