segunda-feira, 10 de março de 2008

Countdown

Em contagem decrescente para uma jornada de sonho, com companhia perfeita, tempo de sobra para descansar, rir e gargalhar, expiar culpas, tristezas, mágoas e dores, conhecer, (re)descobrir, apaixonar-me e aprender.
Sopa no mel depois de um ano terrivelmente mau: a Bonança depois da tempestade. Mais do que isso - um sonho realizado.

Estive por um triz, o ano passado. A pensar já na mala feita e na Ilha do Mussulo, sonho rapinado por um contratempo qualquer que me fez forçosamente trocar o sol do Algarve pela longínqua África.
Luanda era, pois, o destino, na altura. Terra de meus pais nascidos, cambiada, este ano (e nada mal cambiada), por Moçambique.

Olho para o tempo lá fora. Aliás, já o senti na pele: o vento que nos apedreja com a chuva gelada que nos fustiga a pele e abre caminho húmido e alagadiço até aos ossos. Detesto este tempo londrino.
De hoje a oito dias estou noutra Terra, noutro clima, noutra gente, noutro mundo, no Paraíso.

Mas não pensem que isto tem sido fácil! Tem estado tudo contra mim!

Primeiro veio a diarreia (aquela da qual já falei que foi assunto que fui impelida a abordar em frente à máquina de bebidas na empresa, no corredor, etc), depois veio a infecção na garganta que não me larga há quinze dias, mais uma falta ao emprego acrescida de visita ao médico e o forçoso atestado ‘fique em casa uns dias, não vá trabalhar’, ‘ai não vou não, que tenho montes de coisas para fazer e vou estar fora duas semanas, que remédio não ir!’), estômago mais do que lixado pelo antibiótico e fortíssimo Brufen (deviam era chamar-lhe ‘rebenta-aparelho-digestivo-em-menos-de-um-piscar-de-olhos). Para piorar é a tralha que não vai caber na mala, e a roupa, e os sapatos, e os cosméticos, cremes e tudo? ‘E o que levo na mala de mão’? – maldito Bin Laden – uma gaja agora nem uma limazita pode carregar para dentro do avião. E pinça (posso?), e revirador de pestanas (posso?), e depiladora automática (posso?) ‘ou vou transformar-me em gorila peludo durante a estadia’? Tudo é considerado arma potencialmente perigosa e passível de perpetrar atentado terrorista…. Isto é uma valente merda! Ainda por cima uma merda confusa! Há coisas das quais uma gaja não pode NUNCA separar-se! Não entendem isso?!

ODEIO fazer malas, nunca sei o que vou precisar e levo sempre mais do que preciso quando já sei do que não vou precisar. Confuso? Para nós, não: necessário! É a velha máxima do just in case … é uma necessidade e não existe fêmea que deste mal não sofra. Devíamos ter obrigatoriamente ajuda terapêutica para a síndrome de EBA (Excessivo-bagageiro-compulsivas). Que drama!

Respirar fundo. Descontrair.
Respirar fundo, novamente.
A roupa já está separada com uma semana de antecedência.
Não vai custar nada.
Tiro hoje uma coisa que afinal (se calhar) até nem vou precisar assim tanto e acrescento estas quatro que devem fazer muita falta….só para substituir.
No fim….já sei o que me espera….vai estar pesada de mais!!!!
NÃO PAGO EXCESSO DE BAGAGEM….ISTO É ‘DOENÇA’…NÃO HÁ SUBSÍDIO OU SELO VERDE PARA FICAR MAIS EM CONTA?! SOCORRO!’
Pior que isto só mesmo quando nos ‘perdem’ a mala à ida ou à vinda. Sim, porque tanto faz no vai ou na volta, a catástrofe mantém-se, preciso das coisas na mesma!!!
Resta-me fazer figas, esperar e relaxar.

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