quarta-feira, 9 de julho de 2008

Senso-(des)comum

Para falar verdade não sei muito bem o que querem dizer, mas ouço muitas vezes falar através de portas, janelas e outras saídas travessas no ‘bom-senso’ que todos desejam imperador.

Sem saber muito bem quem é o magistrado nesta justa causa com a poderosa incumbência de limitar e delimitar o que é o bom-senso, não posso deixar de pensar em quem terá justeza suficiente para delinear o traço de onde acaba o bom e começa o ‘mau-senso’. Já para não falar na posição que ocupa, algures pelo meio, o senso comum (de repente, não me ocorre nenhum nome!).

Quem julga, trata, conceitua, absolve ou condena o que pertence a cada equipa permanece incógnito. Se cada um catalogar o que lhe apetece pelo seu próprio conceito de moral e pela sua tão pessoal e íntima visão do mundo, então cada um pode fazer e pensar o que lhe apetecer!, sem correr o risco de cair em erro ou mau julgamento, pois se não há árbitro à altura para sancionar o que está ou não errado a fim de o tornar correcto….talvez o erro esteja mesmo em ponderarmos entre o bom e o mau senso – se é que esta dicotomia existe! Não existem melhores ou piores juízos, tinos, sisos, sensos. Em cada indivíduo, eles são, apenas, diferentes.

Baseados naquilo que achamos bom ou mau, julgamos pessoas e situações, damos conselhos, avaliamos comportamentos, traçamos caminhos, tomamos posições, encontramos preferências, esquecendo, na maioria das vezes, que o nosso senso comum diverge do dos outros e que o que para nós é bom ou mau pode não ser concordante com o que os demais pensam. O que para uns é fastio e enfado, para outros pode ser alegria e divertimento, firmeza para uns será sinal de fraqueza para outros, valentia poderá ser cobardia, excesso de expansividade poderá ser camuflada timidez….a lista seria interminável.

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