terça-feira, 23 de outubro de 2007

Olá dona....estou aqui!


Estou em dívida.
Quase um mês de aniversário para este blog e nem um único texto acerca de uma das coisas mais esplêndidas que o mundo nos deu….o abençoado Cão! ‘Shame on me!’, por ainda não ter feito uma Ode ao cão, por mais breve que fosse.

Este registo só será, verdadeiramente, entendido e apreciado por todos aqueles que adoram estes bichos e, claro está, isto só será possível para quem tem (ou teve) um ou mais exemplares lá por casa.

Como se explica a companhia indispensável, a devoção cega, o amor genuíno, a ligação pura, a compreensão desmedida entre um verdadeiro dono e o seu cão? Reparem que o adjectivo ‘verdadeiro’ fica aqui ‘agarrado’ ao homem e não ao bicho. Pensem bem….não poderia ser de outra forma - o cão é sempre fiel, devoto, presente, amigo, ‘compincha’, parceiro no bom e no mau, na saúde e na doença, na alegria e na tristeza, na vida e na morte, no perigo e no divertimento, no defeito e na deficiência, na diferença e na semelhança, no bom e no péssimo. Para este bicho não há balança para pesar, nem fita para medir….está lá, ao nosso lado, independentemente da circunstância.

Ao contrário do homem, um cão não disfarça sentimentos, hipocrisias, maldades premeditadas; não sabe mentir; não abandona, mas é abandonado; dá sem receber em troca; obedece (mesmo quando não deve); acata ordens; cumpre obrigações; não contesta decisões, mandos ou desmandos. Assina um contrato com o dono, ainda que não saiba ler ou escrever, e cumpre, escrupulosamente, o pacto, até ao final. Mais felizes seriam todos os canídeos e todos os amantes da espécie se os donos cumprissem a sua parte do acordo.

Não se adquire um cão para maltratar, para mostrar aos amigos, para amedrontar o ladrão (quando se faz a ocasião), para abandonar naquelas tão desejadas e (mal) planeadas férias ou para tirar execráveis dividendos em lutas apostadas até ao limite do bicho, para gáudio de uma plateia paupérrima em valores, rica em ganâncias, multimilionária em falta de princípios e respeito pela vida.
Um cão é fiel, acompanha-nos sem nos questionar, abana o rabo para exprimir felicidade quando nos vê ou pressente, conhece os nossos hábitos, adapta-se à vida que lhe impomos, humaniza-se, é cúmplice nas brincadeiras, retribui em dobro, mesmo quando doente ou agonizante; não fala, mas sente; não pede, mas deseja; não ri, mas fica feliz; conhece, reconhece e agradece em gestos e actos o que lhe fazemos de bom. O que pede em troca? O nosso carinho e os tão euforicamente desejados passeios ao final da tarde. Muito pouco para tantas ofertas.
Considero, sinceramente, que seríamos muito melhores seres humanos se lhes ‘lêssemos as entrelinhas’ e os imitássemos na maioria das suas atitudes, brincadeiras, inocências, excesso de zelo (que nunca se torna ‘pecado’), euforia pelas coisas simples que não custam dinheiro ou bens materiais. Tudo se ‘paga’, apenas, com uma palmada amiga no lombo, uma lambidela na cara, um afagar de orelha, uma taça de ração e água fresca.
Numa coisa não os imitemos! Que o nosso cumprimento não seja o deles – o cheirar o rabo uns aos outros – nesse aspecto, que fique tudo como está!!! :))

1 comentário:

Anónimo disse...

Just perfect!
Só não sabe quem não é verdadeiro dono como nós!
Beijos.
Eu assino: Bá