sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Não é fácil

Não é fácil dar a outra face no meio da bronca e antes do rescaldo.
Não é fácil partilhar a última fatia do bolo de chocolate da avó Maria.
Não é fácil aproveitar (bem) tudo aquilo que a vida nos oferece ‘de bandeja’.
Não é fácil perder (ainda que se jogue a feijões) – o ânimo cai, o desalento cresce, a coragem decresce.

Não é fácil perceber como somos todos humanos, mas que alguns conseguem sê-lo mais do que outros.
Não é fácil mantermo-nos à tona quando nos põem os dois pés em cima.
Não é fácil vencer (mais fácil parece sentirmo-nos vencidos).
Não é fácil procurar respostas debaixo das estrelas e receber o silêncio de volta.

Não é fácil ‘partir’ buscando coragem para não voltar.
Não é fácil apanhar os cacos para os colar (detesto puzzles, organigramas e quebra-cabeças).
Não é fácil ler um livro sem nos tentarmos a ‘provar’ o seu cheiro.
Não é fácil ler, esse mesmo livro, sem nos deixarmos levar pelo contador da história.

Não é fácil manter o bom-senso sem que ele caia juntamente com o resto.
Não é fácil saber se escolhemos bem quando decidimos amar.
Não é fácil largar um vício que nos faz mal, mas acalma e faz companhia.
Não é fácil interiorizar que o tempo cura tudo.

É muito fácil perceber que há pessoas que perdem, muito facilmente (perdoem-me a redundância), o respeito e a admiração em relação a outrem.
De bestial a besta vai um passinho muito curto.
Fácil e ‘de caras’ para uns. Difícil ou jamais atingível (e raramente tangível) para outros.

Unam-se na diversidade, procurem e encontrem a compatibilidade, realizem-se na unidade. Encontrem a felicidade nas pequenas coisas.
O mundo, assim, fica perfeito.

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