quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

O preço da verdade

(inspirado em factos reais - numa conversa de ‘pé de orelha’ em jeito de desabafo)

As pessoas estão preparadas para desabafar a sua vida, mas depois aceitam mal, ou nem sequer aceitam, o que os outros têm a dizer acerca do assunto. Perguntam a opinião por tudo e por nada, desejando a concórdia e nunca o contrário.

A verdade pode doer. E, às vezes, não é pouco - porque os outros podem ser amigos, mas isso não significa que pensem ipsis verbis como nós. Antes de avançar para o desabafo, devemos ponderar se estamos preparados para a discórdia (dos outros) em relação àquilo que pensamos sobre a vida e à postura que adoptamos em relação à mesma. Às vezes, parece tudo perfeito, mas o castelo de cartas é frágil e não vá alguém, ou mesmo nós próprios com a nossa ‘insegurança’, pregar uma rasteira à rainha de copas e fazer desmoronar tudo em menos de um piscar de olhos. A preparação prévia para ouvir tudo (ou de tudo) é a postura mais saudável: escutamos e filtramos, aprendemos com isso e fortalecemos nós de confiança e amizade (prefiro nós a laços….os últimos são mais fáceis de desatar).
Expormos a alguém conhecido a nossa vida é fragilizarmo-nos, de algum modo: deixamos transparecer o que somos, o que fazemos e o que pensamos. Fazê-lo com um desconhecido é um risco controlado. Se não gostarmos do que nos disser, a solução é virar costas e mandá-lo(a) plantar batatas…nem mais, nem menos.

Pede conselhos aos outros, apenas, quando estiveres preparado para ouvir a verdade.

Depois também existem aqueles a quem nunca pedimos opinião - porque não nos interessa (‘Não sabem como gerir a vida deles, mas para serem abelhudos com a dos outros, até fazem fila!’)- mas eles gostam de a ofertar, gratuitamente.
Outro bom conselho será: ‘Opina só quando alguém te pedir’.

O melhor juiz é sempre a nossa consciência.

3 comentários:

Anónimo disse...

Também aqui há pessoas preparadas apenas para pedir opinião a todos aqueles que lhe irão, de uma forma ou de outra (mais leve ou mais dura), passar a mão no pêlo.

Não esqueças que, por vezes, é preciso ter coragem para ouvir a opinião de todos.

Nica disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Nica disse...

Não leste com atenção o texto que escrevi, com certeza. O mote para este texto foi precisamente o facto da maioria das pessoas estar preparada para que lhes passem a mão no pêlo e não o contrário. Não me incluo nesse grupo.