segunda-feira, 28 de abril de 2008

As horas

Difusas, lentas, fugazes, ampliadas, dilatadas.
Insuficientes para explicar o inexplicável que vive cá dentro.
Os pensamentos que escorrem dentro e fora de nós.
O que tens, hoje?
Nada, tudo, não sei. (Resposta de retórica para pergunta do mesmo grau).
É o espreitar do avesso, o ver e o sentir o silêncio palpável cá dentro, entranhado, infiltrado e absorvido. Aquele que não se aclara na modorra de nós mesmos. Sentir o inexplicável que não se mede ou ajuíza em palavras. Não as há porque não decifram o que não sabemos que sentimos ou o que ignoramos sentir.

Há vontade, sede, avidez, ânimo, inflamação até. Mas é hoje? Ou terá sido ontem e agora já se esvaiu?
Não quero isto, quero aquilo. Vou fazer melhor. Mais e melhor.
Falar para quê? Coisas bonitas, suspensas, irrealizáveis, inconcretizadas? O tempo é de falar, mas também de agir.

Não há lugar para indecisões e banhos-maria. O que é, é. O que deve ser, será. O que foi, já era. Não volta e não se revive. Passou e está apagado como tinta invisível que não deixa marca. Porque se decidiu assim e não porque é, foi ou seja fácil.

Sem comentários: