domingo, 20 de abril de 2008

Queima!!

Todos já passámos por isto. Estilos e formas de viver, estar, vestir distintas. É nestas últimas que me foco hoje: as que dizem respeito ao vestir. Assunto que tem muito que se lhe diga e, na maioria das vezes, ficamos mesmo sem nada para dizer tamanha é a perplexidade perante o que vestem e investem os outros em coisas-que-não-lembra-o-diabo! O que seria do amarelo se amassemos, apenas, as outras cores?…sim, é verdade, mas não precisamos de gostar só do amarelo-canário ou do amarelo-expectoração!

O cenário é idílico, de prazer e edénico. Somente votados às baboseiras e derretimentos amorosos com carícias rentes, encostadas e espalhadas, cada vez mais derramadas e atrevidas. O início é tão bom e perfeito. O do namoro.
O parceiro é o melhor, o mais gracioso, o mais carinhoso, o mais bonito, o mais atrevido, arrojado e inventivo (no bom sentido…..porque no mau também é bom sê-lo). É o mais tudo até (….)

(…) que chega o augurante dia em nos aparece com AQUELE CHINELO de enfiar o dedo e sola quase de cunha, aquele calção de praia (que ele diz que é calção, mas no fim das contas é SUNGA (para não lhe chamar o que é na realidade - XUNGA!)), a meia branca pé-de-gesso com sapato biqueira bem quadradadona ou abicudada e pele cor de pão-de-ló (à qual eles gostam de chamar ‘CAMEL’ - horrenda – ‘essa merda dessa cor existe’????? Será que é difícil entender que só existem 3 cores POSSÍVEIS para sapatos: preto, castanho ou bordeaux?!….ok, 4..hoje estou mãos-largas e deixo entrar na roda o azul-marinho!)) ou aquele tenebroso blazer de pele (‘um clássico intemporal, muito vintage’, sendo as palavras anteriores, entre aspas, forçosamente compreendidas como sinónimo de ‘azeiteiro’ e nada mais pomposo do que isso) e, só para rematar, a tradicional e imprescindível camisa preta (comprada num acto de declarada insanidade, só pode!), ligeiramente cintada e de tecido enlycrado e com um certo brilho, fiel companheira nas (ex) noitadas (porque agora acabaram) da noite-da-mulher…..’Rausssssss com isso daqui! Queima tudo!, enquanto EU for viva!’
As opções a tomar, perante tamanha punhalada nas costas, são várias:

1- Proibir, (a bem ou a mal) terminantemente e para sempre, tais andrajos (porque na passagem para ‘o outro mundo’ tudo é pesado na balança e é bem melhor pagar tudo neste mundo do que entrar em dívida no outro);
2- Ignorar e resolver qualquer eventual ‘surpresa’ com um ‘Vai indo que eu já lá vou ter’ e não aparecer: a repentina enxaqueca estava terrível.
3- Queimar, estragar, manchar, aniquilar ou dar todo e qualquer artefacto menos agradável aos nossos olhos e aos olhos dos nossos amigos.

P.S. Este texto é válido para versão fêmea, macho, seres andróginos, etc e qualquer semelhança com casos reais não é coincidência.
(Bárbara, amiga, como me compreendes - so private).

3 comentários:

Anónimo disse...

...rasgar é o melhor remédio!!!

Anónimo disse...

Se me é dada a permissão de comentar, faço-o com uma frase que provavelmente conheces do filme Closer: num exposição de fotografia, o Clive Owen explica à Natalie Portman que é namorado da fotógrafa, então ela pergunta:
- Há quanto tempo namoram?
- Há ? meses. Estamos no entusiasmo inicial. Todos os meus péssimos hábitos parecem diverti-la. ;)

Nica disse...

Great taste in movies....Closer é do melhor. Bem visto! (Akula - seja lá quem sejas :))