quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Apesar de tudo…

A vida é estupenda.

Se, às vezes, distraídos não nos damos conta desta verdade é, somente, porque estamos assim mesmo…distraídos.
Andamos sempre ocupados com as nossas coisas, com os atritos de nossa própria autoria ou (co)autorizados por outros e a pensar no que corre menos bem que, invariavelmente, deixamos de pensar o quão gratificante a vida pode ser.
Empolamos a vida profissional em detrimento da familiar. Entregamo-nos mais ao trabalho, com a verdade de que é ele que nos paga as contas, do que às pessoas. Temos ‘medo’ de responder mal no emprego e estamos mais prontos a fragilizar os laços familiares ou de amizade.

Quase nunca pensamos nisso. Muitas vezes sobrevivemos adormecidos para a verdade de que as pessoas são o mais importante. O mundo é feito delas e é delas que se faz o mundo. Vivemos para nos relacionarmos.
Quase sempre acabamos por pensar, um dia, que podíamos ter feito mais, melhor e diferente. Infelizmente, às vezes, é tarde de mais. A realidade piora quando a pessoa já morreu. Aí sim, a culpa é enorme. Não há reviravolta nem marcha à ré. Sofremos com o pouco que fizemos e mais ainda com o tanto que podíamos ter feito. Perdemos o tempo que sempre foi escasso, inexorável e irreversível. Martirizamo-nos. Mais pelo nosso egoísmo do que pela flagrante e mascarada distracção.

Que esplêndido é sentir uma carícia na mão, um afastar de cabelo dos olhos disfarçado de festa, um olhar fraterno de gratidão por aquilo que somos, um acenar de cabeça consentindo e aprovando aquilo em que nos tornamos, um sorriso orgulhoso quando nos mantemos perto, um abraço que debita amor porque retribuímos.

Viver é bom.
No seio de boas pessoas, ainda melhor. No colo das ‘nossas pessoas’ então, nem se fala. Viver bem é amar os outros e demonstrá-lo. Sem medo, sem rede, sem quê’s ou porquê’s. Só porque sim.

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