quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Sermos observados


É uma constante diária. Não nos apercebemos, mas estamos constantemente sob ‘vigilância’, sem contar com as relaxantes horas de sono (se dormirmos sozinhos, claro!).

Há coisas inatas que fazemos a toda a hora sem nos apercebermos – são tiques, ‘vícios’, hábitos, rotinas, pequenas distracções, deslizes - e fazemo-las em todo o lado – em casa, no carro, no shopping, no restaurante. Estão tão ‘dentro’ da nossa pele e são tão intrínsecas, tão naturais que nem damos conta e, se pensamos nelas,….pimba!….é sempre depois de as termos feito.

Falo da forma como mexemos no cabelo, coçamos partes corporais menos próprias, olhamos os outros, limpamos (tão deselegantemente) o nariz, lambemos os lábios, roemos as unhas, sorrimos sozinhos, cantarolamos para nós mesmos sem percebermos que os outros nos ouvem, arregalamos as sobrancelhas, resmungamos para dentro, estrebuchamos com alguém, fazemos cara de maus ou choramos contrafeitos.

Não temos que achar que somos o centro do mundo, mas a verdade, nua e crua, é que a maioria dos nossos movimentos é observada por maquinismos de vídeo-vigilância, telefones (que gravam e filmam tudo e todos….se o Sr. Graham Bell visse uma coisa destas revolvia-se, violentamente, no túmulo) e pelos demais, pelas pessoas como nós, que fazem tudo igualzinho sem se aperceberem da figura que fazem(os).

Somos voyeurs das vidas e dos movimentos dos outros. E estas imagens até valem dinheiro. Basta ser-se famoso….ser eu ‘apanhada’ a tirar um ‘macaco’ do nariz ou ser a Eva Longoria é bem diferente, convenhamos!

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