quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Portuguese pride

Cada povo tende a orgulhar-se da sua pátria à sua maneira e por diferentes motivos. Pelo menos, a maioria dos seus habitantes, já que alguns não se envaidecem ou entusiasmam por coisíssima nenhuma.

Já se falou aqui do brio nacional português. Há coisas que nos identificam ou que fazem com que nos reconheçamos, embevecidamente, como portugueses purinhos de gema: a rica gastronomia, o esplêndido sol do Algarve, o fado choradinho e a saudade (tudo sobejamente conhecido e apreciado além fronteiras ou, pelo menos, assim o queremos ver).

Poderíamos, ainda, acrescentar as características que gostamos de ‘vender’ aos outros que caracterizam a populaça deste cantinho à bordinha do mar assentado: os epítetos de descobridores, exploradores, aventureiros, conquistadores. Tudo verdade, HÁ UMA PORRADA de anos atrás! Desde há séculos, tem vindo a ser perder, perder, perder. Conquistar que é bom, nadinha de nada!
Já foi tempo. Agora também está tudo descoberto, não há recantos desconhecidos. Já tudo tem dono e os donos do mundo são…os donos do mundo e vão manter-se assim. A encontrar alguma coisa, serão mesmo os grandes a descobrir o que ainda podem ‘roubar’ (de colónias, ilhas e afins) aos pequenitos COMO NÓS. Depois de Macau, nada mais há de relevante para ‘levar’ daqui.

O fado português colou-se, imensamente, a nós e explica muitíssimo o nosso povo: cantiga de taberna, trova de sofrimento mais que sofrido, de tristeza de alma, de queixume e de lamúria, de pranto e choro desgarrado, de SAUDADE e mal de amor, de lavadeiras e pescadores e tudo o mais que está ligado ao mar, ao rio e às lágrimas. Dá para perceber que não sou fã de fado. Temos excelentes vozes, mas tenho preferência por registos musicais diferentes. Com choradinhos mais actuais sem tanto mofo. O mundo tem ‘problemas’ de hoje que pedem para ser cantados, para quê, continuamente, ‘chorar’ a dor de ontem? O fado modernizou-se alguma coisa (só na idade de quem o canta ou toca, basicamente), mas tem sempre um quê de ‘revisitância’ do passado, da Coimbra dos estudantes, da Lisboa e da Madragoa e, como não podia deixar de ser, da SAUDADE.

E, já agora, o que é que tem de especial termos uma palavra no nosso léxico, que ‘os outros’ não têm, para exprimir a falta que sentimos de alguém????!!!!! Uhhhhh… que especial! Que coisa fantástica e super fenomenal! Sim porque nós ‘temos saudade’ e os outros têm o ‘I miss you’ (sinto a tua falta) ou o ‘j’ai besoin de toi’ (preciso de ti) entre muitas outras expressões congéneres. Pensem bem o que é que preferiam? Que se lixe a palavra saudade, eu prefiro que me digam tudo o resto sem ser compactado numa única palavrinha! :)

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